O ministro Alexandre de Moraes, ao iniciar seu voto na ação penal contra Jair Bolsonaro e outros sete réus, declarou que atos preparatórios para um golpe de Estado tiveram início em 2021. Essa afirmação é crucial, pois transforma meras intenções em ações puníveis, permitindo que os acusados sejam enquadrados nos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Moraes argumentou que a organização criminosa em torno do ex-presidente buscou desacreditar o processo eleitoral e as instituições democráticas como estratégia para se perpetuar no poder.
Durante sua exposição, Moraes detalhou uma cronologia de ações que começou com campanhas de desinformação sobre as urnas eletrônicas e culminou em episódios violentos após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O relator do caso rejeitou todas as preliminares apresentadas pelas defesas e agora apresenta seu voto sobre o mérito da acusação. O julgamento está programado para continuar com sessões extraordinárias até 12 de setembro, o que pode levar a desdobramentos significativos no cenário político brasileiro.
Os réus, além de Bolsonaro, incluem figuras proeminentes como Alexandre Ramagem e Almir Garnier, todos acusados de organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. A gravidade das acusações e a natureza do julgamento levantam questões sobre a estabilidade da democracia no Brasil e a resposta das instituições diante de tentativas de deslegitimação do processo eleitoral.