Uma operação policial realizada na manhã de segunda-feira (8) na Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, resultou na prisão de sete pessoas, incluindo Alessandra Moja Cunha e sua filha, Yasmin Moja Flores, líderes de uma associação de moradores. A ação, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, gerou temor entre os residentes, que temem represálias e afirmam que a operação é parte de uma estratégia para criminalizar a favela.
Os advogados de defesa denunciam tortura e criticam o bloqueio de acesso aos autos do processo, alegando que isso sustenta uma narrativa criminosa contra os detidos. Alessandra relatou ter sido submetida a choques elétricos e outras agressões durante a detenção, enquanto moradores expressam preocupação com a possibilidade de novas prisões e forjamentos de flagrantes. A situação é ainda mais complexa devido ao contexto de especulação imobiliária na região, onde o governo planeja construir uma nova estação de trem e um parque.
As implicações dessa operação vão além das prisões individuais, levantando questões sobre os direitos humanos e a segurança dos moradores da Favela do Moinho. A comunidade, já vulnerável, enfrenta um cenário de pressão política e social que pode resultar em deslocamentos forçados. A atuação do MP-SP e das forças policiais nesta operação é vista por alguns como uma tentativa de desarticular lideranças que se opõem ao processo de desocupação da área, intensificando o clima de medo e incerteza entre os residentes.