A agência de classificação de risco Moody’s emitiu um alerta neste sábado, 13, sobre a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos ao Brasil, decorrentes da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Setores estratégicos, como exportações de aeronaves, petróleo e suco de fruta, que atualmente gozam de isenções tarifárias, estão entre os mais vulneráveis a essas medidas. O vice-presidente e diretor de crédito sênior da Moody’s para América Latina, Adrian Garza, comentou que a situação é ‘fluida’ e que esses acordos podem ser revertidos se as tensões aumentarem.
Garza também alertou que o setor financeiro, que representa 22% do investimento estrangeiro direto dos EUA no Brasil, pode ser impactado. Embora os bancos brasileiros tenham evitado sanções até agora, medidas restritivas poderiam interromper operações transfronteiriças e minar a confiança dos investidores. Apesar dessas vulnerabilidades setoriais, a Moody’s não vê um aumento imediato na vulnerabilidade externa do Brasil, ressaltando que o perfil de crédito soberano do país não está diretamente exposto a sanções ou medidas comerciais neste momento.
A classificação do Brasil pela Moody’s permanece em ‘Ba1’, um nível abaixo do grau de investimento. Em maio deste ano, a agência alterou a perspectiva da nota brasileira de positiva para estável, prevendo um prazo maior para a consolidação fiscal no país. A situação atual levanta preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um contexto político delicado após a condenação de Bolsonaro.