A agência de classificação de risco Moody’s emitiu um alerta neste sábado, 13, sobre a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos ao Brasil, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Moody’s, a reversão das isenções tarifárias concedidas a produtos brasileiros pode afetar setores como exportação de aeronaves, petróleo e suco de fruta, que são considerados os mais vulneráveis. Além disso, os bancos brasileiros também podem ser impactados por eventuais medidas, uma vez que representam uma parte significativa do investimento estrangeiro direto dos EUA no Brasil.
Adrian Garza, vice-presidente e diretor de crédito sênior da Moody’s para América Latina, destacou que a situação é ‘fluida’ e que os acordos comerciais podem ser revertidos caso as tensões aumentem. Embora o setor financeiro tenha conseguido evitar sanções até agora, ele alerta que medidas restritivas podem interromper operações transfronteiriças e minar a confiança dos investidores. Apesar dessas vulnerabilidades setoriais, Garza afirma que o perfil de crédito soberano do Brasil não está diretamente exposto a sanções ou medidas comerciais neste momento.
A Moody’s mantém o rating do Brasil em ‘Ba1’, um nível abaixo do grau de investimento, e mudou a perspectiva da nota brasileira de positiva para estável em maio deste ano. A agência prevê um prazo maior para a consolidação fiscal no país, mas a condenação de Bolsonaro pode complicar as relações com os EUA e impactar a confiança dos investidores internacionais. O cenário continua incerto, e as implicações econômicas da condenação ainda estão sendo avaliadas.