O voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), é considerado a maior incógnita no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de articular uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O processo começa a ser analisado nesta terça-feira, 2 de setembro, pela Primeira Turma da Corte. Especialistas acreditam que Fux pode divergir do relator Alexandre de Moraes, mas ainda há incertezas sobre a extensão dessa divergência.
Fux tem levantado questões sobre as acusações mais graves, como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, sugerindo que um crime poderia ser meio necessário para o outro. Além disso, sua postura em relação à delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, pode influenciar a interpretação das provas no julgamento. A expectativa é que seu voto traga dissenso e que ele defenda penas mais brandas.
Caso Fux e outro ministro da Primeira Turma discordem da maioria em relação a crimes específicos, isso poderá abrir espaço para recurso ao plenário do STF. Embora não reabra todo o processo, essa possibilidade poderá alterar o rumo da narrativa judicial sobre a responsabilidade de Bolsonaro na tentativa de golpe. O resultado do voto de Fux será decisivo para o desfecho desse caso emblemático.


