O ministro da Defesa, José Múcio, participou nesta terça-feira (30) de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), onde ressaltou a necessidade urgente de recursos estáveis e previsíveis para manter a capacidade operacional das Forças Armadas brasileiras. Ele alertou que o orçamento atual é instável e insuficiente, mesmo diante dos avanços recentes na indústria de defesa e nas operações de soberania e ajuda humanitária.
Durante o debate, o ministro apresentou dados que mostram que o Brasil responde por apenas 1% dos investimentos militares globais, apesar de ser a décima maior economia do mundo. Destacou ainda a importância da indústria de defesa nacional, que reúne cerca de 270 empresas estratégicas e gera três milhões de empregos, além de registrar recordes em exportações. José Múcio defendeu que Exército, Marinha e Aeronáutica permaneçam instituições de Estado, afastadas das disputas partidárias, e ressaltou a integração entre diplomacia e defesa como essencial para a soberania nacional.
O tema da previsibilidade orçamentária ganhou apoio entre senadores, que discutiram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2023, que fixa em 2% do PIB o orçamento mínimo para defesa. O ministro ponderou que esse percentual pode ser ajustado para 1,5% da receita corrente líquida, com aumento gradual. Também foram abordados os desafios na segurança das fronteiras, especialmente em Mato Grosso do Sul, e os impactos da crise migratória venezuelana em Roraima. A atuação humanitária do Exército na Operação Acolhida foi destacada como exemplo de compromisso social e solidariedade.