O Ministério dos Transportes propõe uma mudança significativa no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), desobrigando aulas presenciais e permitindo que alunos contratem instrutores por meio de aplicativos. Essa iniciativa, que busca democratizar o acesso à CNH, gerou polêmica entre profissionais da área, que temem pela qualidade do ensino e pela segurança no trânsito.
A proposta do governo sugere que o sistema de aulas intermediadas por aplicativos, semelhante ao modelo de transporte por aplicativos, poderia facilitar o acesso à habilitação. No entanto, representantes das autoescolas, como Ygor Valença, presidente da Feneauto, alertam para os riscos de fraudes e a possibilidade de que pessoas despreparadas obtenham a CNH, comprometendo a segurança viária. Eles ressaltam que a formação nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) abrange não apenas a prática de direção, mas também conteúdos essenciais como legislação e direção defensiva.
As implicações dessa proposta são significativas, com a Feneauto advertindo que a redução das exigências estruturais pode resultar em um aumento de acidentes e mortes no trânsito. O Ministério dos Transportes defende que o novo modelo será supervisionado pela Senatran e Detrans, mas as autoescolas questionam a eficácia dessa fiscalização em um cenário com milhares de instrutores autônomos. A discussão sobre a proposta continua no governo federal, com uma análise prevista na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.