As eleições legislativas realizadas no último domingo, 7 de outubro, na província de Buenos Aires, resultaram em uma pesada derrota para o presidente argentino Javier Milei. Com 96% das urnas apuradas, seu partido, A Liberdade Avança, obteve apenas 33,8% dos votos, enquanto a coalizão Força Pátria, que reúne diversas vertentes peronistas da oposição, conquistou 47%. Este resultado é especialmente preocupante em um momento de crise no governo, exacerbada por denúncias de corrupção que envolvem até Karina Milei, irmã do presidente.
A derrota de Milei é um indicativo claro da crescente insatisfação popular e da força do peronismo na província, onde reside cerca de 40% do eleitorado argentino. O governador Axel Kicillof, da Força Pátria, utilizou a ocasião para reforçar a necessidade de um governo que atenda às demandas do povo e não apenas aos interesses das elites. A situação se complica ainda mais para Milei, que já enfrenta dificuldades em sua capacidade de governar devido à minoria no Congresso e à expiração de um decreto que lhe conferia poderes especiais.
As implicações dessa derrota são significativas para o futuro político de Milei e sua agenda econômica. Com as eleições nacionais se aproximando, ele terá que lidar com um cenário adverso e uma oposição fortalecida. A crise econômica, acentuada pela desvalorização do peso e pela alta inflação, coloca ainda mais pressão sobre o governo, que agora precisa encontrar soluções eficazes para reverter a situação antes do pleito legislativo de outubro.