Javier Milei, presidente da Argentina, enfrentou uma derrota significativa nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, ocorridas no último domingo (7). A oposição peronista, sob a liderança do governador Axel Kicillof, obteve uma vitória expressiva, conquistando 47% dos votos, enquanto o partido de Milei, La Libertad Avanza, ficou em segundo lugar com cerca de 34%. Essa província, a mais populosa do país, concentra mais de 37% dos eleitores argentinos e é vista como um termômetro para as eleições nacionais de meio de mandato marcadas para outubro.
A eleição foi a primeira desde o retorno da democracia em 1983 a ocorrer em uma data distinta das eleições nacionais. Com a renovação de 23 senadores e 46 deputados, além de vereadores e conselheiros escolares, a alta participação de 63% dos eleitores registrados surpreendeu as previsões iniciais. Milei reconheceu a derrota e afirmou que será necessário realizar uma autocrítica profunda para corrigir os erros cometidos por sua administração.
As consequências dessa derrota podem ser significativas para o governo argentino, especialmente em um momento de instabilidade econômica. A Bolsa de Valores da Argentina já reagiu negativamente após os resultados eleitorais, levantando preocupações sobre a capacidade do governo de implementar reformas econômicas essenciais. Especialistas alertam que uma nova derrota nas eleições nacionais pode dificultar ainda mais a continuidade das políticas do governo Milei.