A presença de Michelle Bolsonaro na manifestação do 7 de Setembro em São Paulo, que reuniu 42 mil pessoas na Avenida Paulista, reforçou o tom de vitimização em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro e ampliou seu protagonismo político. Em um discurso carregado de emoção, Michelle relatou a ‘humilhação’ que vive com a prisão domiciliar do marido e as revistas diárias em sua casa e no carro da filha. Essa fala ressoou com um público 12% maior que o da manifestação anterior da direita no mesmo local, consolidando Michelle como uma figura de destaque na oposição.
A análise da editora Laryssa Borges, no programa Ponto de Vista, sugere que Michelle possui forte apelo entre mulheres e evangélicos e pode ser uma candidata viável nas eleições de 2026, seja como cabeça de chapa ou vice. Sua disposição para concorrer à Presidência, caso seja considerada uma ‘missão de Deus’, adiciona peso à sua figura política em um momento em que a direita busca se reerguer. O ato ocorre às vésperas do julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode influenciar a narrativa política.
O julgamento, agendado para breve, é visto como crucial não apenas para o destino de Bolsonaro e outros réus, mas também para a temperatura política do Brasil. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, mantém sigilo sobre seu voto, que deve ser lido em breve e trará mensagens contundentes à direita. A mobilização de Michelle indica que a direita ainda possui capacidade de mobilização e encontrou nela um ativo eleitoral capaz de galvanizar setores estratégicos do eleitorado.