O mercado ilegal de bebidas alcoólicas no Brasil movimentou R$ 88 bilhões em 2024, conforme dados da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). Este valor representa um aumento de R$ 2 bilhões em relação ao ano anterior e é resultado de sonegação fiscal, contrabando e fraudes. Estima-se que 36% dos destilados vendidos no país sejam falsificados, muitos deles adulterados com substâncias tóxicas como o metanol.
A ABCF aponta que a alta carga tributária, a perda de poder aquisitivo da população e a redução da fiscalização têm contribuído para o crescimento desse mercado paralelo. Em 2024, foram realizadas 80 operações de combate à falsificação, com São Paulo respondendo por cerca de 40% das perdas nacionais. A descontinuação do sistema federal de rastreabilidade em 2016 dificultou o controle do mercado e ampliou a sonegação fiscal, estimada em até R$ 24 bilhões no setor.
Recentemente, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) emitiu um alerta sobre nove casos de intoxicação por metanol em São Paulo, ocorridos em apenas 25 dias. Esses casos estão associados ao consumo de bebidas adulteradas em ambientes sociais, como bares, e resultaram em duas mortes confirmadas na Grande São Paulo. A Polícia Civil investiga ainda internações relacionadas ao consumo de bebidas falsificadas, destacando a necessidade de atenção redobrada durante os fins de semana.