O mercado financeiro brasileiro passou por transformações profundas nas últimas décadas, tornando-se mais líquido, digitalizado e diversificado em opções de estratégias e instrumentos. Para o gestor Sergio Cordoni, da V8, a maior mudança foi a expansão da renda fixa, que se tornou gigantesca nos últimos 15 anos, enquanto a renda variável perdeu protagonismo. Ele ressalta que muitos investidores ainda não compreendem que a renda fixa pode apresentar volatilidade.
Cordoni também destacou o impacto dos fundos quantitativos internacionais, os CTAs, que intensificaram suas operações no Brasil após mudanças geopolíticas significativas. A exclusão da Rússia do sistema SWIFT em 2018 e as restrições à China aumentaram o fluxo de capital estrangeiro no país, exigindo adaptações das gestoras locais. Esse cenário resultou em um mercado mais curto-prazista e vulnerável à influência externa, com gestores locais enfrentando dificuldades ao tentarem se posicionar contra essa dinâmica.
O gestor conclui que a trajetória do mercado brasileiro é marcada por ciclos de bonança e crises, frequentemente impulsionados por fatores externos ou políticos internos. Ele acredita que a liquidez e a disciplina estratégica são diferenciais cruciais e que uma nova transição política pode abrir espaço para um novo ciclo de valorização, potencialmente repetindo os maiores bull markets da história.