A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) classificou como “reparação histórica” o voto da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, que consolidou a maioria na primeira Turma do STF pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista à VEJA, a parlamentar relembrou a agressão que sofreu em 2014, quando Bolsonaro afirmou que não a estupraria porque ela “não merecia”, um episódio que simboliza a violência política e de gênero associada ao ex-presidente.
Maria do Rosário destacou que a decisão vai além da punição individual, afirmando que “não se trata de perseguir adversários, mas de afirmar que a democracia brasileira não tolera aventuras golpistas nem retrocessos institucionais”. A parlamentar ressaltou que a condenação é um ato de justiça simbólica e que a mensagem do Supremo é clara: “ninguém, absolutamente ninguém, pode se colocar acima da Constituição e das leis da República”. A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma trama golpista em 2022.
A decisão do STF, segundo Maria do Rosário, terá um impacto político e jurídico duradouro, reafirmando os princípios democráticos no Brasil. A condenação não apenas representa uma resposta à violência política enfrentada por mulheres, mas também estabelece um precedente importante para a proteção das instituições democráticas. O julgamento é visto como um marco na luta contra a impunidade e pela defesa dos direitos humanos no país.