Madri se prepara para sediar as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China nos próximos dias, com o governo espanhol enxergando o evento como uma oportunidade para reparar os laços com o presidente americano Donald Trump. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, escolheram a capital espanhola como local para continuar suas discussões, enquanto a Espanha busca aproveitar essa chance. As tensões aumentaram após os EUA expressarem preocupação com as medidas do primeiro-ministro Pedro Sanchez que limitam o acesso a portos e espaço aéreo para transportes de armas a Israel, destacando a complexidade das relações transatlânticas.
À medida que os laços da Espanha com os EUA se deterioravam, suas relações com a China se estreitavam. O primeiro-ministro Sánchez visitou a China três vezes em dois anos e alterou sua posição em relação às tarifas sobre veículos elétricos chineses, buscando posicionar a Espanha como um mediador entre a China e a União Europeia. José-Ignacio Torreblanca, conselheiro sênior do Conselho Europeu de Relações Exteriores, observou que a reunião em Madri pode oferecer à Espanha uma vantagem nas futuras negociações com Washington, permitindo discussões diretas sobre preocupações bilaterais.
O fato de os EUA terem utilizado bases militares na Espanha para operações no Oriente Médio ressalta a importância estratégica do relacionamento transatlântico. A reunião pode não apenas influenciar as relações comerciais entre as potências, mas também moldar o papel da Espanha no cenário internacional. Com a crescente rivalidade entre EUA e China, Madri se posiciona como um ponto crucial de diálogo e negociação, o que pode ter implicações significativas para sua política externa.