O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá assinar a cassação da Medalha da Ordem do Pacificador de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente enfrente uma punição militar. A medalha, uma das mais altas honrarias do Exército Brasileiro, foi concedida a Bolsonaro em meio a polêmicas relacionadas a um processo por racismo. O ex-presidente foi condenado a 29 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e será julgado pelo Superior Tribunal Militar (STM) para determinar sua dignidade como militar.
A concessão da medalha a Bolsonaro ocorreu em circunstâncias questionáveis, envolvendo manobras para evitar um processo de racismo movido pela cantora Preta Gil. A honraria foi finalmente concedida pelo general Villas Boas, após uma sindicância que investigou a veracidade das alegações de Bolsonaro sobre um suposto salvamento de um soldado negro na década de 1970. Essa medalha é regulamentada pelo decreto 4.207 de abril de 2002, assinado por Fernando Henrique Cardoso, que prevê sua cassação em casos de condenação superior a dois anos.
Caso o STM considere Bolsonaro indigno do oficialato, Lula não terá outra opção senão aplicar o decreto para cassar a medalha. Essa situação é emblemática, pois envolve questões políticas e militares que refletem as tensões atuais no Brasil. A decisão sobre a medalha não apenas impacta a imagem de Bolsonaro, mas também pode influenciar o cenário político nacional, especialmente em um contexto onde as relações entre civis e militares estão sob escrutínio.