A aproximação entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, anunciada pelo presidente americano na Assembleia Geral da ONU, foi resultado de uma articulação discreta do governo brasileiro. De acordo com informações da CNN, o Itamaraty manteve contatos silenciosos com autoridades americanas nas semanas que antecederam o evento, visando reabrir o diálogo em meio a sanções dos EUA contra ministros do STF. Fontes diplomáticas afirmam que essa iniciativa partiu de Brasília e foi conduzida com um alto grau de sigilo, com a orientação de negar publicamente qualquer esforço de aproximação.
Documentos sigilosos acessados pelo jornal Estadão revelam que o encontro entre os presidentes não foi acidental, mas fruto de longas negociações que incluíram reuniões entre Alckmin e Jamieson Greer, além da influência de Joesley Batista. A cautela foi necessária para evitar tentativas de boicote por parte de Eduardo Bolsonaro e aliados dentro do Departamento de Estado. Apesar das novas sanções impostas por Washington na véspera do discurso de Trump, diplomatas afirmaram que essas punições já estavam “precificadas” e não impediram os preparativos para a reaproximação.
O que surpreendeu os auxiliares de Lula foi o tom afável com que Trump anunciou sua intenção de se encontrar com o petista, contrastando com as críticas duras feitas ao Brasil momentos antes. Essa mudança de postura pode indicar uma nova fase nas relações entre os dois países, com implicações significativas para a política externa brasileira e para a dinâmica interna do governo Lula, que busca fortalecer laços internacionais em um cenário global complexo.