Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump estão avaliando a possibilidade de um encontro em território neutro, com Roma e Kuala Lumpur sendo consideradas como opções viáveis. A reunião ainda não tem data definida, mas poderá coincidir com compromissos multilaterais que ambos os líderes têm em outubro. A presença de Trump nesses eventos é uma possibilidade, embora não se descarte a realização do encontro nos Estados Unidos, seja na Casa Branca ou no resort Mar-a-Lago, na Flórida.
A cautela do governo brasileiro em relação à postura de Trump é evidente, especialmente após episódios constrangedores envolvendo outros líderes, como Volodymyr Zelensky e Cyril Ramaphosa. O anúncio feito por Trump durante a Assembleia Geral da ONU foi interpretado como um recado ao secretário de Estado, Marco Rubio, que critica a atuação do STF no caso de Jair Bolsonaro. A reaproximação entre os dois países é resultado de um esforço diplomático que se intensificou após a imposição de tarifas elevadas pelos EUA sobre exportações brasileiras.
Os principais articuladores dessa retomada de diálogo incluem o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira. O governo brasileiro prefere negociar com órgãos técnicos dos EUA, como o Tesouro e o Departamento de Comércio, evitando a condução direta por Rubio, visto como hostil ao governo Lula. Essa estratégia visa garantir uma abordagem mais favorável nas negociações futuras.