Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump estão avaliando a possibilidade de um encontro em território neutro, com Roma e Kuala Lumpur sendo consideradas como opções viáveis. A reunião poderá ocorrer durante as agendas multilaterais que ambos os presidentes têm programadas para outubro, embora não se descarte a realização do encontro nos Estados Unidos, seja na Casa Branca ou no resort de Trump em Mar-a-Lago. A decisão final dependerá das agendas e do tom das negociações entre os dois governos.
A cautela brasileira em relação ao encontro decorre de experiências anteriores em que líderes, como Volodymyr Zelensky e Cyril Ramaphosa, enfrentaram situações constrangedoras com Trump. O anúncio do possível encontro durante a Assembleia Geral da ONU foi interpretado como um recado ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, que criticou a atuação do STF no caso de Jair Bolsonaro. Além disso, Washington impôs sanções contra brasileiros, incluindo a esposa do ministro Alexandre de Moraes, o que intensificou as tensões entre os países.
A reaproximação entre Brasil e Estados Unidos é resultado de um esforço diplomático após a imposição de tarifas elevadas sobre exportações brasileiras. Os principais articuladores dessa retomada são o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira. O Brasil prefere negociar com órgãos técnicos americanos, como o Tesouro e o Departamento de Comércio, evitando a condução direta por Rubio, visto como hostil ao governo Lula.