Durante uma reunião virtual do BRICS, realizada em 8 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao cenário internacional, acusando grandes potências de adotarem práticas comerciais ilegais e de recorrerem à ‘chantagem tarifária’ para interferir em países emergentes. Embora sua fala tenha sido diplomática, muitos interpretaram como uma denúncia velada contra os Estados Unidos. Para compreender os impactos econômicos dessas declarações, o Jornal Opção entrevistou a economista Adriana Pereira de Sousa, doutora em Políticas Públicas e professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Adriana analisou os pontos levantados por Lula e destacou os riscos que as sanções secundárias e tarifas arbitrárias impõem à economia brasileira, especialmente aos setores exportadores como o agronegócio e a indústria. Segundo ela, essas ações não apenas violam normas internacionais, mas também colocam o Brasil em uma posição de fragilidade econômica. A economista também alertou que a restrição ao crédito internacional e o aumento do custo de insumos podem resultar em inflação e desemprego, comprometendo a estabilidade econômica no médio e longo prazo.
Em resposta a esses desafios, Lula defendeu o fortalecimento do BRICS como uma alternativa ao unilateralismo, propondo medidas como a industrialização verde e a diversificação de mercados. Adriana complementou com sugestões para reduzir vulnerabilidades, como o uso de moedas locais em transações e o fortalecimento da rede de proteção social. Ambos concordaram que a articulação internacional será crucial para garantir a soberania e resiliência do Brasil frente às pressões externas.