O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Durante um encontro com comunicadores e ativistas no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, Lula destacou que o Congresso não é representativo da periferia e possui forte influência da extrema-direita. Ele também ironizou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estaria buscando apoio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para intervir no Brasil.
Lula enfatizou que, embora o Congresso tenha colaborado com o governo em diversas aprovações, a força da extrema-direita ainda é significativa. O presidente criticou os “falsos patriotas” que, segundo ele, fazem campanha por intervenções externas enquanto se apresentam como defensores do Brasil. A declaração surge em um momento em que parlamentares aliados a Bolsonaro intensificam esforços para viabilizar uma anistia ampla, que beneficiaria não apenas o ex-presidente, mas também outros investigados por atos relacionados ao golpe de 8 de Janeiro.
A articulação pela anistia ganhou impulso com a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se reuniu com lideranças do centrão e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), elogiou o papel de Tarcísio na costura política, enquanto o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), indicou que um pedido de urgência para a votação deve ser apreciado na próxima semana, embora a decisão final dependa da conclusão do julgamento no STF.