No Barbican Hall, em Londres, o London Symphony Orchestra (LSO) deu início à sua temporada com uma apresentação poderosa das Sinfonias nº 3 de Leonard Bernstein e Aaron Copland. A obra de Bernstein, que evoca a crise dos mísseis cubanos, é notável pela inclusão de um narrador que recita palavras escritas pelo próprio compositor, acompanhadas pelo coral que entoa a oração judaica Kaddish em hebraico e aramaico. Composta em um período de grande tensão política e dedicada à memória de John F. Kennedy, a sinfonia reflete as ansiedades da década de 1960, questionando se essas preocupações realmente desapareceram.
A regência de Antonio Pappano trouxe uma convicção ardente à performance, fazendo com que a obra não parecesse datada. A execução foi caracterizada por uma sonoridade vibrante e precisa, com o London Symphony Chorus respondendo de forma admirável aos desafios da peça. Em um momento marcante, membros do coro atuaram como regentes, dirigindo subgrupos enquanto cantavam em diferentes tempos e padrões rítmicos. O Tiffin Boys’ Choir fez sua entrada inicial com as mãos em concha, cortando a densidade da orquestra antes de se juntar aos ritmos dançantes do final.
No centro da apresentação, a soprano Katharina Konradi interpretou uma canção de ninar serena, adicionando uma camada de emoção à performance. Este concerto não apenas celebrou a música clássica americana do século XX, mas também levantou questões sobre as ansiedades contemporâneas que ainda ecoam nas obras de Bernstein e Copland. Assim, o LSO reafirma seu compromisso com a música que dialoga com o presente, mantendo viva a relevância das composições do passado.