As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) tiveram crescimento expressivo nos fundos de investimento durante o primeiro semestre de 2025, impulsionadas pela expectativa de que possam perder a isenção do Imposto de Renda a partir de 2026. Dados divulgados pela Anbima mostram que o volume aplicado em LCIs aumentou 43,1%, atingindo R$ 17,3 bilhões, enquanto as LCAs cresceram 19,7%, totalizando R$ 13,7 bilhões. Outros ativos isentos também se destacaram, como as debêntures incentivadas e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
O avanço desses títulos ocorre em meio às discussões no Congresso sobre a Medida Provisória 1.303/25, que propõe alterações na tributação dos investimentos. Embora o parecer do relator mantenha a isenção para debêntures incentivadas, CRIs e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), as LCIs, LCAs e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) podem passar a ser tributadas em 7,5% a partir do próximo ano. Essa incerteza regulatória provocou uma corrida dos investidores para garantir a isenção ainda em 2025, especialmente nos fundos de infraestrutura que compram debêntures incentivadas, o que reduziu os spreads desses papéis.
Segundo especialistas da Anbima, a diversificação das carteiras foi essencial para o desempenho positivo dos fundos, que ao final do semestre administravam R$ 540,3 bilhões, alta de 7,1% em relação ao ano anterior. Caso as mudanças tributárias sejam implementadas, o mercado poderá enfrentar ajustes importantes, afetando a atratividade desses investimentos e as estratégias dos gestores no médio prazo.