O diretor e roteirista Kleber Mendonça Filho, 56 anos, revelou em entrevista ao Poder360 que seu novo filme, “O Agente Secreto”, faz uma “constatação dolorida” sobre a relação do Brasil com sua história. Com estreia marcada para 6 de novembro, a produção é ambientada em 1977, durante a ditadura militar (1964-1985), e busca refletir sobre a memória coletiva do país. Mendonça afirmou que o Brasil “joga fora muita coisa de memória” e que seu “dever de casa” era abordar a reconstrução histórica desse período.
Na conversa, o cineasta pernambucano destacou sua conexão afetiva com Recife, cidade que tem sido cenário de muitos de seus filmes, como “Aquarius” e “Bacurau”. Ele mencionou a importância de retratar a cidade como uma personagem viva em suas obras, refletindo suas experiências e frustrações. Além disso, discutiu convites para trabalhar nos Estados Unidos e sua expectativa de representar o Brasil no Oscar de 2026, ressaltando a necessidade de controle criativo em seus projetos.
Mendonça também abordou a temática da memória em seus filmes, afirmando que o Brasil possui uma relação fraturada com seu passado. Ele acredita que a anistia de 1979 deixou um trauma profundo na sociedade brasileira, o que torna urgente discutir esses temas por meio da arte. “O Agente Secreto” não apenas se propõe a entreter, mas também a provocar reflexões sobre a história e a identidade nacional.