Representantes da Justiça Federal e do Ministério Público Federal (MPF) realizam, nos dias 29 e 30 de setembro, uma inspeção judicial nas comunidades ribeirinhas do sudeste do Pará afetadas pela obra de derrocamento do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins. O objetivo é ouvir os moradores sobre os possíveis impactos socioambientais da intervenção prevista no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que visa remover rochas submersas para permitir a navegação de grandes embarcações.
A primeira visita ocorreu na Vila Tauiry, zona rural de Itupiranga, onde comunidades tradicionais manifestaram preocupações quanto aos efeitos da remoção das rochas em um trecho de cerca de 35 km do rio. Moradores destacam que a pesca e a agricultura familiar são suas principais fontes de sustento e temem prejuízos ambientais. Por outro lado, representantes locais, como o prefeito de Itupiranga e um microempresário, defendem a obra como fundamental para o desenvolvimento econômico da região Norte.
A obra está suspensa desde julho após decisão da Justiça Federal que anulou a licença ambiental concedida pelo Ibama devido a irregularidades no processo de licenciamento. O MPF enfatiza que a decisão judicial deve considerar as demandas das comunidades afetadas e garantir a proteção dos seus direitos, equilibrando desenvolvimento econômico e preservação socioambiental.