A Justiça do Maranhão condenou a Associação dos Criadores da Raça Índio Brasileiro (ANCRIB) por promover rinhas de galos, resultando em uma multa de R$ 90 mil. A sentença, proferida pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, reconheceu maus-tratos e dano moral coletivo após a descoberta de 188 aves feridas durante um evento clandestino. O juiz Douglas Martins determinou que o valor da multa seja destinado ao Fundo Estadual de Direitos Difusos e proibiu os réus de realizar ou apoiar qualquer atividade relacionada a rinhas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.
A condenação se baseou em um inquérito policial iniciado após uma denúncia anônima sobre rinhas em um sítio no bairro Araçagy, em São Luís. Durante a operação realizada em outubro de 2016, cerca de 100 pessoas foram flagradas no local, que possuía estrutura completa para os combates, incluindo arenas e galpões com gaiolas. O juiz destacou que as rinhas configuram maus-tratos e causam repulsa social, justificando a indenização por dano moral coletivo. A decisão também será comunicada a órgãos ambientais em todo o país para reforçar a prevenção contra esse tipo de crime.
Além da ANCRIB, outros dois réus foram condenados, incluindo o presidente da associação, que participou ativamente do evento. A Justiça enfatizou a gravidade das práticas envolvidas e a necessidade de ações rigorosas para combater a crueldade contra os animais. Recentemente, uma rinha clandestina foi encerrada em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde 143 galos também apresentavam sinais de maus-tratos, evidenciando a persistência desse tipo de crime no Brasil.