Na primeira semana do julgamento do núcleo crucial da trama golpista, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, as defesas dos réus buscaram rebater a acusação de participação em uma tentativa de golpe de Estado. Os advogados questionaram a delação do tenente-coronel Mauro Cid e tentaram afastar seus clientes de reuniões relacionadas ao golpe. No entanto, provas compiladas pela Polícia Federal e destacadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) podem ser utilizadas pelos magistrados para refutar os argumentos apresentados.
O advogado de Braga Netto, José Luis Oliveira, conhecido como Juca, afirmou que o militar não teve participação nos eventos de 8 de janeiro, alegando que um vídeo apresentado como prova não foi gravado no quartel, mas no Palácio da Alvorada. A investigação, entretanto, revelou que Braga Netto incentivou manifestantes após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Além disso, a defesa de Bolsonaro contestou a acusação de que ele teria alterado uma minuta golpista, afirmando que tal informação provém apenas da delação de Cid.
As alegações finais da PGR indicam a existência de evidências que ligam os réus a uma reunião em dezembro de 2022, onde uma nova versão do decreto golpista foi apresentada aos comandantes militares. O brigadeiro Baptista Junior confirmou que se opôs ao documento, que previa a não posse do presidente eleito. O desdobramento deste julgamento pode resultar em condenações significativas e influenciar o futuro político do Brasil.