O Itaú demitiu aproximadamente mil funcionários que trabalhavam em regime híbrido ou remoto, após uma avaliação da produtividade no home office. Segundo o Sindicato dos Bancários, a decisão foi motivada por uma revisão das condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada, revelando incompatibilidades entre as atividades realizadas e os pontos registrados. A situação reacende discussões sobre os limites do monitoramento de funcionários, com especialistas questionando a adequação de práticas que podem invadir a privacidade dos trabalhadores.
A advogada trabalhista Luana Couto Bizerra destaca que as empresas podem utilizar softwares de monitoramento, desde que respeitem a transparência e a proporcionalidade. No entanto, práticas como exigir que câmeras estejam sempre ligadas são consideradas inadequadas. Além disso, o controle de jornada deve respeitar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o direito à desconexão, assegurando que os trabalhadores não sejam obrigados a estar disponíveis o tempo todo.
O sindicato criticou as demissões, afirmando que muitos trabalhadores não receberam feedbacks negativos antes de serem desligados. Ex-funcionários relataram surpresas com as demissões, destacando que estavam em programas de desenvolvimento e recebendo avaliações positivas. A situação levanta questões sobre a eficácia e a justiça dos critérios utilizados para avaliar a produtividade no trabalho remoto, especialmente em um cenário onde o home office se tornou comum devido à pandemia.