Na última segunda-feira, 8 de setembro, o Itaú anunciou a demissão de cerca de mil funcionários após uma revisão criteriosa sobre a produtividade no home office. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, as dispensas foram justificadas com base em registros de inatividade nas máquinas corporativas, utilizando o programa de monitoramento XOne, que rastreia atividades como uso do teclado e do mouse. O banco também verifica se os colaboradores participaram de chamadas de vídeo e realizaram cursos à distância, mas não captura telas ou áudios.
O XOne é instalado nos computadores corporativos e coleta dados sobre a atividade online dos funcionários, permitindo que a empresa acesse um painel com índices de produtividade. Em materiais promocionais, o programa promete oferecer insights valiosos para melhorar a concentração e reduzir a dispersão nas tarefas diárias. No entanto, a advogada trabalhista Luana Couto Bizerra alerta que monitorar apenas a movimentação do mouse pode distorcer a real produtividade, uma vez que muitas tarefas não exigem interação direta com o computador.
O Sindicato dos Bancários criticou as demissões por entender que o Itaú não considerou a complexidade do trabalho remoto e que os trabalhadores foram dispensados sem advertência prévia ou oportunidade de defesa. O banco afirmou que o monitoramento está previsto em políticas internas assinadas pelos colaboradores e acordos com sindicatos, mas a controvérsia sobre a eficácia e ética dessas práticas continua em debate.