O Itaú anunciou a demissão de aproximadamente mil funcionários na última segunda-feira (8), após realizar uma revisão criteriosa sobre a produtividade no regime de home office. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, as demissões foram fundamentadas em registros de inatividade coletados pelo programa de monitoramento XOne, que analisa o uso do mouse, teclado e outras atividades online dos colaboradores. O banco alega que essa prática está em conformidade com suas políticas internas e acordos com sindicatos.
O XOne, instalado nos computadores corporativos, coleta dados sobre a atividade dos funcionários, incluindo participação em chamadas de vídeo e cursos à distância. Embora o monitoramento seja legal desde que realizado com transparência, especialistas alertam que depender apenas da movimentação do mouse pode distorcer a real produtividade, uma vez que muitas tarefas não exigem interação constante com o computador. O Sindicato dos Bancários criticou as demissões, afirmando que o Itaú não levou em conta as particularidades do trabalho remoto e que os colaboradores foram dispensados sem a devida advertência ou oportunidade de defesa.
As implicações dessa prática de monitoramento podem ser significativas, levantando questões sobre privacidade e a eficácia das ferramentas utilizadas para avaliar o desempenho dos funcionários. A situação também destaca um crescente debate sobre as condições de trabalho no home office e a necessidade de um equilíbrio entre controle e confiança nas relações laborais. Com o aumento do uso de tecnologias de monitoramento, é essencial que as empresas adotem políticas justas e transparentes para garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo.