O Itaú Unibanco demitiu cerca de mil funcionários que atuavam em regime híbrido ou remoto, após uma análise de produtividade realizada com softwares de monitoramento. A avaliação, que registrou dados como tempo de uso do computador e aplicativos acessados, gerou polêmica entre especialistas sobre a eficácia desses métodos. Embora o banco afirme que não considera apenas o uso do mouse ou teclado, a discussão sobre como medir a produtividade no home office permanece em pauta.
Durante a pandemia, o home office se tornou comum e diversos softwares surgiram para monitorar o desempenho dos trabalhadores fora do ambiente corporativo. Especialistas, como o professor Marcelo Graglia da PUC-SP, alertam que a dependência de métricas quantitativas pode levar a decisões injustas e à perda de talentos. Para muitos, a avaliação deve focar na qualidade das entregas, e não apenas no tempo passado em frente ao computador.
As demissões no Itaú refletem um desafio maior enfrentado por empresas que adotam modelos de trabalho remoto: encontrar formas justas e eficazes de medir a produtividade. O uso excessivo de tecnologias de controle pode gerar um ambiente de trabalho tóxico, onde a confiança entre empregador e empregado é comprometida. Assim, as organizações precisam repensar suas estratégias para garantir um equilíbrio entre monitoramento e autonomia dos colaboradores.