A Itália enfrenta uma grave crise de mão de obra na saúde, com um déficit superior a 65 mil profissionais, incluindo médicos e enfermeiros. Para contornar essa situação, hospitais públicos e privados começaram a recrutar profissionais do Brasil, oferecendo salários que podem chegar a 7 mil euros (aproximadamente R$ 44,6 mil), além de benefícios como passagens aéreas e moradia. A medida foi facilitada pelo Decreto Milleproroghe, que agiliza o reconhecimento temporário de diplomas estrangeiros, permitindo que os profissionais atuem imediatamente enquanto aguardam a equivalência oficial.
Os médicos e enfermeiros brasileiros são especialmente valorizados pela sua formação sólida e pelo atendimento humanizado. As oportunidades de trabalho se estendem a diversas áreas, como geriatria e projetos humanitários, e os descendentes de italianos que trabalharem por pelo menos dois anos poderão solicitar a cidadania italiana. Talita Dal Lago Fermanian, presidente da Câmara de Comércio Itália–Brasil, ressalta que “a Itália está de portas abertas” para esses profissionais.
Além disso, o governo italiano planeja emitir quase 500 mil vistos de trabalho até 2028 para enfrentar o envelhecimento populacional e a escassez de mão de obra. Contudo, a recente restrição ao reconhecimento automático da cidadania italiana pode complicar o cenário para muitos imigrantes. A burocracia também representa um desafio significativo, com apenas 13% dos vistos concedidos resultando em contratos assinados até agora, o que pode impactar a eficácia do plano de recrutamento.


