Um tribunal da Itália decidiu nesta terça-feira (16/09) pela extradição de Serhii Kuznietsov, um ucraniano preso no mês passado sob suspeita de ter sabotado os gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, em setembro de 2022. A defesa do acusado argumenta que ele atuava como capitão das Forças Armadas ucranianas e que os gasodutos eram alvos legítimos durante a guerra. O advogado de Kuznietsov anunciou que recorrerá da decisão na Corte Suprema de Cassação da Itália, o que pode atrasar sua transferência para a Alemanha.
As investigações alemãs apontam que Kuznietsov fez parte de uma célula responsável pela detonação de explosivos nos gasodutos, utilizando documentos falsos para alugar um iate que partiu da Alemanha. Os promotores alegam que ele organizou e executou as explosões, enquanto a defesa sustenta que o ataque não pode ser classificado como sabotagem, dado o contexto militar. A corte italiana rejeitou o argumento de imunidade funcional, afirmando que a sabotagem ocorreu fora do teatro de operações do conflito.
Este episódio acirra ainda mais as tensões entre a Ucrânia e a Rússia, além de impactar as relações da Europa com Moscou em um momento crítico para a segurança energética do continente. As explosões nos gasodutos Nord Stream já eram um ponto de discórdia antes mesmo do ataque, com países ocidentais alertando sobre a dependência do gás russo. A situação continua a evoluir, com repercussões potenciais para a política internacional e a segurança na região.