Três irmãs afegãs que vivem exiladas na cidade de Shiraz, no Irã, utilizam o karatê Kyokushin como ferramenta de empoderamento feminino. Fugindo do avanço do Talibã no vale de Bamiyan em 1998, quando tinham entre dois e nove anos, elas construíram uma vida marcada pela resiliência e dedicação ao esporte. Apesar do aumento das deportações e da hostilidade crescente contra migrantes no Irã, as jovens mantêm o compromisso de ensinar coragem e disciplina por meio das artes marciais.
Shokoufeh Jafari, hoje com 29 anos, atua como árbitra em competições provinciais de karatê, enquanto suas irmãs Maryam, 23, e Mandana, 20, também participam ativamente do cenário esportivo local. O karatê Kyokushin, praticado por elas, transcende a técnica física e se torna um símbolo de resistência para mulheres refugiadas que enfrentam barreiras sociais e políticas no país que as acolheu.
O engajamento das irmãs Jafari evidencia como o esporte pode ser um instrumento poderoso para promover a autonomia feminina em contextos adversos. Além de fortalecer a autoestima, a prática contribui para a construção de redes de apoio e visibilidade para migrantes em situação vulnerável, com potencial para inspirar outras comunidades afetadas por conflitos e deslocamentos forçados.