O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para baixo sua projeção da inflação oficial no Brasil para 2025, reduzindo a estimativa de 5,2% para 4,8%. A atualização reflete a valorização do real frente ao dólar e a queda sucessiva nos preços dos alimentos, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta perseguida pelo Banco Central é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância que permite até 4,5%.
Segundo as pesquisadoras do Ipea responsáveis pela análise, o ambiente inflacionário brasileiro apresenta sinais de maior moderação, apesar dos desafios persistentes. A queda nos preços dos alimentos, observada pelo terceiro mês consecutivo em agosto, deve-se à expansão da oferta agrícola e à apreciação cambial que reduziu pressões sobre bens industriais e combustíveis. Entretanto, o mercado de trabalho aquecido mantém a projeção da inflação dos serviços em 6,2%, refletindo um cenário econômico ainda vigoroso.
A revisão do Ipea acompanha a avaliação do Banco Central, que também ajustou sua previsão para 4,8%, próxima à expectativa do mercado financeiro. A política monetária restritiva, com a taxa Selic mantida em 15%, contribui para o controle gradual da inflação, embora represente um custo elevado para a economia ao encarecer empréstimos e desestimular investimentos. Além disso, o Ipea reduziu a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador que mede o custo de vida das famílias com renda entre um e cinco salários mínimos.