O papel do investimento no Brasil se torna cada vez mais relevante em meio a crescentes desigualdades sociais. Dados recentes da Anbima e Datafolha indicam que metade da população brasileira vive sob alto estresse financeiro, com 52% sem economias e 68% dos não investidores sem acesso a informações sobre o tema. Essa realidade revela que a participação no mercado financeiro é limitada e desigual, refletindo a falta de renda suficiente para atender às necessidades básicas.
Além disso, o sistema financeiro brasileiro é dominado por narrativas que favorecem o agronegócio, um dos principais responsáveis pelo desmatamento. Entre 2018 e 2024, bilhões de reais foram direcionados para a expansão da fronteira agrícola, enquanto o financiamento para a agricultura familiar permanece escasso. Essa disparidade no acesso ao crédito evidencia como as escolhas de investimento sustentam estruturas de poder e desigualdade social.
Diante desse cenário, é crucial reconhecer que cada decisão de investimento carrega impactos sociais e ambientais. A financeirização da economia brasileira não apenas perpetua desigualdades, mas também drena recursos essenciais para o desenvolvimento sustentável. Portanto, investir não é um ato neutro; é uma escolha política que pode reforçar ou desafiar as injustiças existentes na sociedade.