O Brasil se consolidou como o terceiro maior destino de investimentos chineses no mundo, recebendo US$4,2 bilhões em 2024, segundo um estudo do Conselho Empresarial Brasil China (CEBC). Este aumento significativo no fluxo de capital é atribuído ao fortalecimento das relações diplomáticas entre os países e abrange diversos setores, incluindo energia e veículos elétricos. Uallace Moreira, chefe de desenvolvimento industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que essa entrada de investimentos pode promover um choque de competitividade no setor industrial brasileiro.
O estudo revela que o investimento direto chinês no Brasil mais que dobrou em relação ao ano anterior, com empresas chinesas agora investindo em um número recorde de 39 projetos. No entanto, Moreira alertou que é crucial que esses investimentos contribuam para o desenvolvimento das cadeias produtivas locais, uma vez que muitos projetos ainda dependem da importação de peças da China, resultando em menos empregos e novas fábricas no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente chinês Xi Jinping se reuniram duas vezes no último ano para discutir parcerias em diversos setores.
Apesar do crescimento dos investimentos chineses, os desafios permanecem. As empresas ainda enfrentam dificuldades devido a custos elevados e um sistema tributário complexo. Além disso, a montadora chinesa BYD foi processada após denúncias de condições análogas à escravidão em uma de suas fábricas no Brasil. Embora os Estados Unidos continuem sendo a maior fonte de investimento estrangeiro direto no Brasil, com US$8,5 bilhões em 2024, a tendência de crescimento dos investimentos chineses reflete mudanças nas dinâmicas geopolíticas globais.