Pelo menos três mortes recentes em São Paulo e São Bernardo do Campo foram associadas à intoxicação por metanol, substância altamente tóxica presente em bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo especialistas, os primeiros sintomas surgem logo após o consumo e incluem fala pastosa e reflexos lentos, evoluindo para náuseas, vômitos, tontura e perda da visão, que pode ser irreversível. A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) alertou para o risco de neuropatia óptica causada pelo metanol.
O metanol é utilizado na indústria química como solvente, mas aparece ilegalmente em bebidas falsificadas como gim, whisky e vodka. A substância não tem cheiro nem sabor, o que dificulta sua identificação pelo consumidor. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que cerca de 25% do álcool consumido no mundo provém de fontes ilegais, com surtos frequentes de intoxicação que resultam em milhares de casos e mortes, principalmente na Ásia.
Especialistas reforçam a importância de buscar atendimento médico imediato diante dos sintomas, que podem ser confundidos com uma ressaca, mas se manifestam de forma mais intensa. O tratamento precoce é fundamental para a introdução do antídoto e para evitar sequelas graves ou a morte. O caso evidencia a necessidade de maior fiscalização e campanhas de conscientização para prevenir intoxicações por metanol no Brasil.