Apesar da semelhança química com o etanol, o metanol apresenta uma dinâmica de degradação no organismo humano muito mais perigosa, podendo causar danos permanentes ou levar à morte mesmo em doses baixas. Especialistas explicam que o metanol é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias tóxicas que afetam principalmente o sistema nervoso e o nervo óptico, provocando sintomas como alterações visuais e até cegueira.
Os primeiros sinais da intoxicação por metanol surgem em média entre 12 e 14 horas após a ingestão e incluem dores de cabeça, náuseas, vômitos, dores abdominais, confusão mental e visão turva. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento, que pode envolver o uso de antídotos como o etanol venoso, corretores de acidez, vitaminas e, em casos graves, hemodiálise. O neurocirurgião André Meireles Borba destaca que os sintomas do metanol se agravam com o tempo e diferem dos efeitos do etanol comum.
Especialistas recomendam que qualquer pessoa que apresente sintomas incomuns após consumir bebidas alcoólicas procure imediatamente atendimento médico especializado. O tratamento inadequado ou tardio pode resultar em sequelas irreversíveis devido à intoxicação das mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia celular. Serviços de urgência possuem protocolos para diferenciar tipos de intoxicação e garantir o cuidado adequado.