Prato, na Itália, é um importante centro da indústria têxtil, onde a mão de obra chinesa tem sido fundamental nas últimas décadas. No entanto, essa transformação suscita críticas sobre a substituição de trabalhadores italianos e as condições de trabalho enfrentadas pelos imigrantes. A cidade, que abriga marcas renomadas como Prada, agora enfrenta um dilema: como garantir a qualidade do selo ‘Made in Italy’ em meio a um modelo de produção que levanta questões éticas e legais.
Desde o final da década de 1980, a presença de imigrantes chineses em Prato cresceu exponencialmente, com mais de 27.000 vivendo na cidade em 2021. Esses trabalhadores têm desempenhado um papel crucial ao oferecer mão de obra barata e rápida, alterando o tradicional modelo artesanal da produção têxtil. Contudo, essa mudança não vem sem controvérsias; críticos argumentam que a presença chinesa transformou Prato em uma espécie de Chinatown europeia e questionam a legitimidade do selo ‘Made in Italy’ para produtos fabricados sob tais condições.
Além das preocupações econômicas, Prato enfrenta desafios sociais significativos relacionados à integração dos imigrantes. Muitos trabalhadores chineses vivem em condições precárias e são vulneráveis à exploração, especialmente aqueles sem documentos. A situação é ainda mais complicada pela presença do crime organizado na região, que tem gerado conflitos e violência. Assim, a cidade se vê dividida entre as oportunidades trazidas pela imigração e os desafios sociais que essa transformação acarreta.