O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reconheceu nesta terça-feira, 2, a crescente pressão de líderes partidários para discutir um projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. A proposta, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), será analisada após o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), agendado para o próximo dia 12. Motta, no entanto, deixou claro que não pretende levar o tema ao plenário nesta semana, com novas reuniões de líderes programadas para os próximos dias.
O movimento em favor da anistia ganhou força com a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que busca apoio entre os aliados e no partido. Tarcísio já prometeu que, se eleito presidente em 2026, concederia indulto a Bolsonaro como seu primeiro ato. Apesar do apoio de alguns setores, a proposta enfrenta resistência no Congresso, com críticas do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e reações negativas do governo, incluindo do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A discussão sobre a anistia ainda não tem um formato definido e líderes da Câmara avaliam se a proposta deve abranger apenas manifestantes ou também autoridades envolvidas na trama golpista. Enquanto partidos como PP e União Brasil pressionam pela pauta, setores governistas reconhecem que a questão ganhou relevância política nos bastidores. O desdobramento dessa discussão poderá impactar significativamente o cenário político brasileiro e as relações entre os partidos envolvidos.