O Telescópio Espacial Hubble registrou novos detalhes da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia-anã situada a aproximadamente 160 mil anos-luz da Terra, que orbita a Via Láctea. A imagem destaca a região conhecida como N11, a segunda maior área de formação estelar da galáxia, onde nuvens massivas de gás e poeira se concentram e colapsam, dando origem a novas estrelas. A análise permite observar como esses astros jovens, ao emitirem radiação ultravioleta intensa, alteram o ambiente ao redor, rompendo nuvens densas e redistribuindo a poeira interestelar.
O material divulgado combina dados coletados em duas épocas distintas, com um intervalo de vinte anos. A primeira campanha de observações, realizada entre 2002 e 2003, teve como objetivo catalogar o maior número possível de estrelas do aglomerado, incluindo objetos de baixa massa que raramente eram mapeados com precisão. As observações mais recentes ampliaram o foco sobre as nuvens de poeira, permitindo uma visão mais clara da distribuição de gás e partículas que alimentam o nascimento das estrelas.
A Grande Nuvem de Magalhães, com massa estimada em 10% a 20% da Via Láctea, é a maior das galáxias-anãs que circundam nosso sistema galáctico. Estruturas como a região N11 oferecem condições comparáveis a laboratórios naturais, onde é possível estudar a formação estelar em grande escala fora da nossa galáxia, mas ainda em relativa proximidade astronômica. Essas descobertas são essenciais para compreender como estrelas de diferentes massas se desenvolvem e interagem com o meio ao seu redor.