A trajetória de Anne Frank, jovem judia que se escondeu durante a ocupação nazista na Holanda, permanece um símbolo poderoso para debates contemporâneos sobre imigração e direitos humanos. Em 1941, sua família foi declarada apátrida após a revogação da cidadania alemã, vivendo em Amsterdã até serem denunciados e deportados para campos de concentração. Essa situação evidencia como, em contextos de repressão estatal, o status legal deixa de proteger indivíduos vulneráveis.
Após a invasão alemã em 1940, os judeus na Holanda sofreram restrições severas independentemente de sua cidadania. A família Frank, apesar de residir legalmente no país, não obteve cidadania holandesa e foi alvo prioritário nas deportações iniciadas em 1942. Milhares foram enviados a campos como Auschwitz, onde a maioria foi assassinada. A distinção entre cidadãos e apátridas tornou-se irrelevante diante da brutalidade do regime nazista.
O fim da Segunda Guerra Mundial impulsionou a criação da Organização das Nações Unidas e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que até hoje luta pela proteção dos apátridas — atualmente cerca de 4,4 milhões no mundo. A história de Anne Frank serve como alerta para a necessidade contínua de políticas humanitárias que garantam direitos básicos e segurança a refugiados e pessoas sem nacionalidade no presente.