O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou sua preocupação nesta quarta-feira (3) em relação a um projeto de lei que confere ao Legislativo o poder de demitir diretores do Banco Central. Durante uma entrevista, Haddad argumentou que não há justificativa para tal medida, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados e foi protocolada com pedido de urgência. O projeto estabelece que diretores da autarquia poderão ser exonerados por decisão do Congresso Nacional quando a condução das atividades do Banco Central for considerada incompatível com os interesses nacionais.
O projeto, apresentado em 2021, ganhou nova atenção nesta semana, levando Haddad a questionar se a iniciativa dos parlamentares poderia estar relacionada às negociações para a venda de ativos do Banco Master para o BRB, que está sob avaliação do Banco Central. O ministro enfatizou a importância da autonomia do Banco Central e a necessidade de evitar intervenções políticas em sua gestão, especialmente em um momento crítico para a economia brasileira.
As implicações desse projeto podem ser significativas, pois a possibilidade de demissões políticas no Banco Central pode comprometer sua independência e a confiança do mercado. A proposta levanta preocupações sobre a interferência política nas decisões econômicas e financeiras do país, em um cenário onde a estabilidade econômica é crucial para o Brasil enfrentar desafios internos e externos.