A defesa do tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) em 27 de agosto, buscando a suspensão do processo por tentativa de golpe de Estado. O pedido foi sorteado para o ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, que também é relator de um mandado de segurança da defesa do réu Filipe Martins. Lima é um dos cinco presos na operação Contragolpe da Polícia Federal, que investiga suspeitas de planejamento para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades.
Os advogados de Lima argumentam que ele está detido desde novembro de 2024 sem provas concretas que o liguem a ações antidemocráticas e que não representa riscos ao processo. Em julho, o militar afirmou ao STF que um documento apreendido em sua posse, chamado “Operação Luneta”, não era um plano de golpe, mas sim um “estudo de cenário prospectivo”. A Polícia Federal, no entanto, considera que o arquivo descrevia medidas para neutralizar a atuação do Supremo, mencionando o ministro Alexandre de Moraes.
A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou Lima como parte do núcleo 3 da investigação, responsável por ações táticas para monitorar e neutralizar autoridades públicas. As defesas dos réus negam qualquer envolvimento na trama golpista, enquanto o caso continua a gerar repercussões significativas no cenário político brasileiro e na discussão sobre a defesa da democracia no país.