O Greenpeace Brasil divulgou nesta segunda-feira (29) uma denúncia contra a JBS, maior empresa mundial do setor de proteína animal, por adquirir bovinos originários de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. Segundo o relatório, bois criados na Fazenda Nova Orleans, embargada pelo Ibama em 2011 e 2018, foram transferidos para a Chácara Rancho Alegre e posteriormente vendidos ao frigorífico da JBS em Santana do Araguaia, no Pará. A empresa nega as acusações e afirma seguir rigorosos protocolos de compra responsável.
O estudo do Greenpeace revela que a Fazenda Nova Orleans possui mais de 10 mil hectares embargados e repassou quase 2 mil bois para a Rancho Alegre, uma propriedade de apenas 64 hectares com produtividade incompatível com sua estrutura. Essa discrepância sugere a prática conhecida como lavagem de gado, na qual animais são transferidos para propriedades “limpas” para emissão de documentos legais antes da venda. A coordenadora da frente Desmatamento Zero do Greenpeace destaca que essa prática contribui para o avanço do desmatamento e acelera a emergência climática.
Essa denúncia soma-se a investigações anteriores do Ibama contra a JBS por lavagem de gado no Pará, incluindo multas aplicadas desde 2017. A continuidade dessas irregularidades pode afetar a reputação da empresa e evidencia desafios na fiscalização da cadeia produtiva da carne no Brasil, reforçando a necessidade de monitoramento rigoroso para conter o desmatamento na Amazônia.
Greenpeace denuncia JBS por compra de gado ligado a desmatamento no Pará
