A preparação para a COP30 em Belém (PA) enfrenta um novo desafio com a cobrança de até R$ 2,1 milhões por aeronave para hospedagem no aeroporto local. A empresa Líder Aviação, responsável pelo serviço de táxi aéreo no terminal, foi apontada pela Casa Civil e pelo Itamaraty como autora dessa taxa, considerada a mais alta do mundo para o evento. O governo teme que o valor afaste delegações estrangeiras que planejam participar da conferência climática.
Segundo o levantamento divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, a cobrança elevada soma-se à escalada dos preços de hospedagem na cidade, que já provocou uma crise diplomática com alguns países. A Líder Aviação não confirmou os valores exatos, mas afirmou que os preços dependem do porte da aeronave, tempo de permanência e serviços prestados, ressaltando investimentos significativos em infraestrutura e equipe para atender à demanda da COP30. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reconheceu a situação, porém destacou que não possui autoridade para regular os preços praticados.
Diante do cenário, o governo federal anunciou que pretende adotar medidas judiciais para coibir abusos tanto na aviação quanto na hotelaria local. A concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), responsável pela administração do aeroporto de Belém, afirmou ter contratado a Líder pela experiência em grandes eventos, mas declarou desconhecer os valores cobrados. O episódio expõe os desafios logísticos e diplomáticos enfrentados na organização da COP30, com risco de comprometer a participação internacional no evento.