O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, anunciou na última terça-feira (2) novas medidas de intervenção no mercado de câmbio. O objetivo é estabilizar o peso e assegurar a oferta de dólares, através de operações realizadas pelo Tesouro Nacional, uma decisão que surpreendeu o mercado devido à agenda ultraliberal do presidente. Em abril, Milei havia celebrado o fim do ‘cepo’, sistema que restringia a compra de dólares, mas agora se vê forçado a reverter parte dessa política em resposta à crise econômica.
A intervenção ocorre em um contexto de queda acentuada do peso e inflação persistente, que ainda não foi completamente controlada, apesar dos esforços do governo. A falta de reservas em dólar e a dificuldade em atrair investimentos estrangeiros agravam a situação. Economistas alertam que essa nova abordagem pode minar a confiança dos investidores, que haviam começado a retornar ao país atraídos pelas promessas liberais de Milei.
Além dos desafios econômicos, o governo enfrenta uma crise política, exacerbada por um escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã do presidente. A combinação desses fatores levanta questões sobre a sustentabilidade das políticas econômicas de Milei e sua capacidade de manter o apoio popular em um cenário de crescente descontentamento e incerteza.