Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o Centrão está blefando ao sinalizar apoio ao projeto de anistia aos envolvidos na invasão de 8 de janeiro. Essa movimentação ocorre em um momento de pressão por cargos e emendas, à medida que se espera uma reorganização da Esplanada. Uma ala do Centrão sinaliza adesão à proposta defendida pela direita, enquanto outra defende uma versão mais branda, que beneficiaria apenas os menores envolvidos.
A oposição intensificou suas articulações para pautar a proposta de anistia, e o Centrão se divide entre apoiar um perdão amplo ou uma versão restrita. Fontes palacianas indicam que essa pressão é uma estratégia do Centrão para aumentar seu valor político no governo. Com a iminente ruptura de partidos como União Brasil e PP com Lula, há uma expectativa de que novas vagas na Esplanada sejam abertas, atraindo o interesse de outros partidos.
Apesar das movimentações, aliados de Lula acreditam que a proposta de anistia não avançará, principalmente devido à resistência do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que afirma que não há apoio real para uma anistia ampla na Casa. Motta tem evitado discutir o tema em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a confiança do governo se baseia na percepção de que o Centrão não está disposto a confrontar o STF, que já condenou diversos envolvidos nas manifestações de janeiro de 2023.