Aliados do governo na CPI do INSS tentaram, nesta terça-feira, 16, adiar a convocação de familiares de figuras centrais em um suposto esquema de descontos ilegais a aposentados. Apesar das tentativas, a comissão aprovou a tomada de depoimentos para quinta-feira, 18, revelando uma divisão acentuada entre governistas e opositores. Os parlamentares do PT e outros partidos insistiram na convocação da mulher e do filho do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, além da esposa do empresário Maurício Camisotti.
A estratégia dos governistas visava evitar que os depoimentos dos familiares interferissem nas investigações da Polícia Federal, especialmente após a prisão de Careca e Camisotti na sexta-feira anterior. O líder do governo na CPI, deputado Paulo Pimenta (PT/RS), argumentou que ouvir os parentes após os depoimentos dos principais envolvidos seria mais esclarecedor. No entanto, o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), discordou, afirmando que as famílias estavam diretamente envolvidas nas transações suspeitas.
A aprovação das convocações reflete uma pressão crescente sobre Careca e Camisotti para que colaborem com as investigações. O clima tenso na CPI sugere que os governistas temem que os depoimentos possam expor ligações com o governo, enquanto opositores acreditam que a proteção dos familiares é uma tentativa de obstruir a verdade. A situação continua a se desenrolar à medida que novos desdobramentos surgem nas investigações sobre fraudes no INSS.