O governo de São Paulo, em conjunto com o Ministério Público estadual, a Defensoria Pública e a Polícia Militar, firmou na segunda-feira (29) um acordo para autorizar a venda de cerveja nos estádios de futebol do Estado. A proposta, que encerra uma proibição vigente desde 1996, foi debatida em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e aguarda aprovação dos deputados estaduais para ser implementada.
A restrição à venda de bebidas alcoólicas nos estádios paulistas foi instituída após episódios de violência entre torcedores em 1995, no estádio do Pacaembu. A legislação estadual de 1996 e a municipal de 1997 reforçaram essa proibição, que também foi ampliada pelo Estatuto do Torcedor em 2003 para todo o país. Tentativas anteriores de flexibilização ocorreram durante a Copa do Mundo de 2014 e em 2019, quando a Alesp aprovou o projeto, mas o então governador vetou a medida. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade das leis estaduais que liberam a venda em outros Estados.
O acordo prevê limites para o consumo e proíbe a entrada com bebidas alcoólicas nos estádios, autorizando a venda apenas dentro das arenas. Os mecanismos de controle ainda serão definidos pelas autoridades. Caso aprovado, o fim da proibição poderá alterar a dinâmica dos eventos esportivos no Estado, suscitando discussões sobre segurança e fiscalização durante as partidas.